quarta-feira, 22 de junho de 2011

"(Eis um caso que há de perguntar: é preciso estudar ignorâncias para falar com as águas?)"
(Manuel de Barros - "O menino do mato")



Metamorfose

Sinto saudades,
do mesmo sol que queimou teu rosto
no mesmo banco que estou agora.
Os chás das manhãs
Tu jamais foste a mesma,
se foi, não foi minha
Eu jamais fui o mesmo,
se fui, não fui eu
Mas a marca corada no rosto
e o amarelo dos teus olhos jamais serão diferentes,
não nessa metamorfose repleta de saudade.
Tu foste a inconstância
que só eu podia ser.

Raoni Silva Moura

2 comentários:

Carolina Zuppo Abed disse...

Uau.

Anônimo disse...

Não consigo parar de voltar aqui e ler esse poema.