sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Vem que a sede de te amar me faz melhor
eu quero amanhecer ao seu redor
preciso tanto te fazer feliz..."
(Roberto Carlos)


De vazios e esperança

Há uma gota de sangue em cada poema.
Há um brilho de belo em cada gota da gente.
Há um pouco de seu em cada coisa que sinto
Há um muito de nós em cada coisa que vejo.

É uma coisa que lembra
que pulsa
e que chora
sempre que sente saudades.

É um abismo sem fundo
um sempre-oco do não
e um eco que diz: nunca mais.

Mas ainda que claro e difuso
toda passagem deixa um rastro
e o fio de prata no mar
lembra à lua a onda que estava ali.

E a presença que há na ausência
contraria o eco, e declara:
que há vida no coração imóvel!
que há sonho na vida vazia!
que há horizonte por trás da bruma!

Carolina Zuppo Abed